A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos participam, na medida em que cada sistema moral, a fim de revelar sua unilateralidade, precisa ser
confrontado com outros. Segue-se a necessidade de que todos os seres
humanos sejam incluídos no seu âmbito. Sob esse aspecto, a moral pública
é uma moral cosmopolita, pois estabelece regras de convivência e
direitos que asseguram que os
homens possam ser morais. É nesse sentido que os direitos do homem, tais
como em geral têm sido enunciados a partir do século XVIII, estipulam
condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo, cada um não
deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto, aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de vista. E com isso obedece à sua própria moral
de uma maneira especialíssima, tomando os impeditivos categóricos dela
como um momento particular do exercício humano de julgar moralmente.José Arthur Gianotti. Moralidade pública e moralidade privada. In: Ética,
Adauto Novaes (org.). São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria
Municipal de Cultura, 5.ª impressão, 1997, p. 244 (comadaptações).Caso o sinal indicativo de crase nas ocorrências "aferrar-se à sua moral" e "obedece à sua própria moral" seja retirado, os períodos permanecem gramaticalmente corretos, uma vez que os verbos "aferrar" e "obedecer" apresentam transitividade indireta e o elemento que se mantém é a preposição necessária à regência.
Certo
Errado